Editorial

O papel público diante das emergências

Passado o pesadelo do fenômeno climático que se abateu sobre a Zona Sul, milhares de pessoas ainda convivem com os transtornos, sobretudo a falta de energia elétrica. A ponto de, entre a noite de domingo e a de ontem, moradores bloquearem ruas de Pelotas para chamar atenção para os cinco dias no escuro. Desabastecimento que, ao contrário do que chegou a afirmar ontem ao DP a assessoria da Equatorial, não fica restrito ao "interior do interior". Mesmo que fosse, estes consumidores pagam pelo serviço e têm tanto direito quanto quaisquer outros.

Apesar de se tratar de carência muito importante, pode-se dizer que, frente à violência do temporal, o cenário é muito menos grave do que poderia ser. Triste exceção feita, obviamente, à confirmação de quatro mortes em Rio Grande (um homem vítima da queda de árvore sobre sua casa e uma mulher e duas crianças mortas em incêndio causado por uma vela durante a falta de luz) e uma em Pelotas (homem atingido por muro ao tentar retirar uma árvore).

Em meio a tantos estragos, com árvores de grande porte caindo nas ruas e proximidade de residências, pode haver quem atribua ao acaso que poucos moradores ficaram feridos. Com postes caindo e fios rompidos, não se tem relato de atingidos por descargas elétricas, sempre um risco. Isso sem contar destelhamentos e quedas de estruturas que poderiam vir a atingir pessoas, o que não ocorreu.

Mesmo que possa existir sorte nesse contexto de clima extremo, é justo que se destaque o trabalho daqueles que se mobilizaram desde as primeiras notícias de que o ciclone atingiria a região. Diz-se que a sorte costuma privilegiar os competentes e, neste caso, a sabedoria popular se aplica. Como bem lembra o coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Márcio Facin, a ação articulada entre o órgão, prefeitos, secretários, forças de segurança e demais instituições foi essencial para, inicialmente, alertar a população sobre o que estava por vir e, na sequência, responder com a agilidade fundamental às necessidades. Em Pelotas, já nos primeiros transtornos equipes da Prefeitura estavam nas ruas. E todas as informações sendo repassadas à população e à imprensa, para que as ampliasse em alcance.

Ainda há problemas. Contudo, a integridade física de milhares foi preservada diante de um dos piores fenômenos climáticos na região nos últimos tempos. E isso precisa ser reconhecido. Houve trabalho bem executado por quem tinha tal responsabilidade.

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